Stephen Perkins (bateria), Perry Farrell (vocais) e Dave Navarro (guitarra), os membros originais do Jane’s Addiction
Gravadora: Capitol
Inevitável é você ouvir um disco novo do Jane’s Addiction sem comparar aos ótimos dois primeiros discos da banda: Nothing’s Shocking (1988) e Ritual de Lo Habitual (1990). Na resenha do quarto álbum da banda, The Great Escape Artist, a BBC afirmou sabiamente que eles deixaram a oportunidade de fazer um ótimo terceiro disco com Strays (2003) e entregaram um trabalho ‘aproveitável’. E Great Escape é apenas uma continuação dessa regularidade.
Perry Farrell, no alto de seus 52 anos, tornou-se um empresário ao criar o gigantesco Lollapalooza (que deve vir ao Brasil em 2012) e o guitarrista Dave Navarro chegou a participar de bandas como Red Hot Chili Peppers, Slipknot e Desconstruction, afiando sua habilidade de tocar riffs pegajosos – para tanto, vide “Irresistible Force”.
No entanto, essa busca pela regularidade é perniciosa tratando-se de um grupo como o Jane’s, que quebrou barreiras entre o rock, funk e alguns barulhos esquisitos (lembra de “Been Caught Stealing”? Que música!).
Não espere aqui a assertividade roqueira de “Stop!” ou o flerte com o metal de “Mountain’s Song”. Há uma tentativa mais progressiva de se buscar o pop com “End to the Lies”, mas as sonolentas “Ultimate Reason” e “Broken People” nos fazem pensar que os ótimos anos da banda se perderam com o hiato pós-Ritual de Lo Habitual.
Se realmente for verídico os boatos de que o Jane’s Addiction virá ao Lollapalozza brasileiro, vamos torcer para que eles foquem no repertório antigo. É melhor para eles e, com certeza, melhor para os ouvintes.
Melhores Faixas: “End to the Lies”, “Irresistible Force”