Cada membro do grupo brasiliense de rap MOVNI possui um projeto paralelo. Já com um disco no currículo (A Rua que Legalizou Capítulo 1: Estilo Freak, de 2012), Nauí já acumulou boa experiência para mudar o que considerou um “momento festivo” e surgir, três anos depois, com Atormentado, uma obra claramente mais sólida.
Com premissa similar ao Laboratório (2014), do MOVNI, Nauí rima com bases espaciais, partindo do melancólico ao ágil com um flow potente e envolvente. Para tanto, ele conta com diversas participações: em “Ponto de Ebulição”, por exemplo, o MC tem o apoio de Luiza Chao. A pesada “Face to Face” evoca os bons momentos dos anos 1990, ao lado de Ninne e Kamorra.
O clima do disco é tão volátil quanto o humor humano. “Viver de Forma Natural” celebra Raul Seixas ao contar a parábola de um rapaz que sofre preconceito por sua aparência. Nela, Nauí rima tranquilamente, como se soubesse que no final o personagem vai ficar bem. Mas, em “Ódio”, com os músicos do MOVNI, o ‘momento de raiva me invade’. Então, dispara: ‘Agonia e dor/Sentiu o ardor?/Consumir o seu corpo’.
Já em “O Meu Maior Temor”, Nauí revela um tom existencial que não se desvincula de seu sentimento. Ao seu lado, conta com a participação de Handriell X, cantando: ‘O meu maior temor mora dentro de mim’.
O disco de Nauí possui 17 faixas e, segundo o release, “imprime um estilo lisergicamente singular em suas composições”.
Ouça Atormentado no player abaixo. Para fazer o download gratuito, visite o site do selo MOVNI.